Semana lotada de novidades da Bigorna Produções pra vocês, seus lindos! As bandas Jennifer Magnética, Dimitri Pellz e Gobstopper fazem shows durante a programação do Festival América do Sul enquanto a galera bomba a produção da Noite Fora do Eixo que traz Móveis Coloniais de Acaju de volta a Campo Grande!
E HOJE TEM:
Idis no Bar Área 51 com Rancid Tributo e Toca Fitas!
Gobstopper no Palco Ladário do Festival América do Sul com Jerry Espíndola!
LINDO, NÉ? Então vem com a gente:
Quem foi ao Festival Fogo no Cerrado, promovido pela Bigorna em dezembro do ano passado, não esquece (e tem como?) o show do Móveis Coloniais de Acaju. Um dos mais impactantes e cheios de emoção que a Bigorna já trouxe. Só vendo de perto pra entender porquê a banda é considerada uma das mais criativas e com tantos fãs espalhados pelo País inteiro.
MÓVEIS É AUTÊNTICO. E se a oportunidade de trazê-los pela primeira vez já foi especial, o repeat é ainda mais único e imperdível. A Noite Fora do Eixo com Móveis Coloniais de Acaju, Gobstopper e Jennifer Magnética é neste sábado (1º), no BarFly! Chame seus amigos e venha ser feliz (não é exagero)!
PROMOÇÃO NO TWITTER
O twitteiro fã de Móveis ou fã de Gobstopper ou fã de Jennifer Magnética ou fã de Bigorna ou tudo junto, pode participar da divulgação do evento, que também faz parte das comemorações do #Bigorna1ano, e ainda concorrer a um par de ingressos!
É só dar RT na frase:"Eu vou ver @moveis na Noite Fora do Eixo neste sábado no BarFly!"
E pronto! já tá concorrendo a um momento feliz pra dividir com seu amigo(a), namorado(a), parente! Então participa lá e acompanhe novidades no www.twitter.com/bigornatweets.
Enquanto o BarFly estará lotado, animado e colorido com a Noite Fora do Eixo, parte da Bigorna representa o coletivo no Festival América do Sul. As bandas bigorneiras foram convidadas pra tocar no Palco Ladário, simultâneo à programação que rola em Corumbá. Daí hoje toca Gobstopper, como dito acima, no dia 1º de maio quem sobe ao palco é Dimitri Pellz e no dia 2 é a vez da Jennifer Magnética!
Veja a programação completa do Palco Ladário do FAS:
Dia 28/04 - Jerry Espíndola – 20h - Gobstopper – 21h
Dia 29/04 - Guga Borba - 20h - Sergio Garcia e Juliano – 21h
Dia 30/04 - Gilson Espíndola – 20h - Aldeia Black – 21h
Dia 02/05 - Convidado à confirmar 20h - Jennifer Magnética – 21h
Aqui e acolá, tudo ao mesmo tempo: música boa e festa imperdível!
SERVIÇO – Noite Fora do Eixo no sábado (1º de maio), às 23 horas, no BarFly, na Rua José Eduardo Rolin, número 201, em Campo Grande. A entrada custa R$ 15. Outras informações podem ser obtidas no site www.bigornaproducoes.com.
Alou criançada, pra quem se divertiu horrores nos dois últimos shows da Idis, ou pra quem ainda não viu/ouviu o show dessas meninas lindas, taí uma ótima oportunidade. Amanhã, quarta-feira, a banda se apresenta de novo no Área 51 (antigo Cavalo de Ferro), a entrada custa apenas R$5,00!! E você ainda confere um tributo ao Rancid e a banda Toca-Fitas! As meninas que foram a SENSAÇÃO da última Bigornada vão incendiar amanhã com seu repertório dançante. E aí? Vai perder? Confere aí as infos e vê se não marca toca!
Como é que eu vou esquecer? Lembro como se fosse hoje de alguém vindo comentar comigo que um artista major, com um single de sucesso nas rádios brasileiras e que morava aqui em Natal, tinha feito piada com meu nome e com o trabalho do Dosol numa festa. Muitos dos que estavam na roda e deram risadas às minhas custas são (ou se diziam ser) também meus amigos. Não guardei rancor. Continuei em frente engolindo o choro, mesmo que aquilo tivesse me magoado, e hoje estamos aqui, frente a frente eu a as majors.
Todo esse papo introdutório é para comentar uma curiosa e inevitável mudança dentro do mercado e que tem sido encarada de maneira totalmente diferente por todos os lados. Que papo reclamista é esse, de dizer que com o fim das gravadoras, os núcleos organizados da música são os novos inimigos do mercado? Que inversão de valores é essa?
O primeiro fenômeno desses novos tempos são os “artistas”, aquela entidade superprotegida pelos empresários, gravadoras e produtores. Hoje, eles estão virando gente como a gente. Já viram a quantidade deles pedindo “ligue para as rádios” no twitter? Respondendo coisas no formsprig ou em outras redes sociais? Já viram quantos deles estão nos fóruns respondendo provocações em blogs e sites? Sim, amigos. As entidades realmente existem, não são mais irreais, inumanas ou aquele objeto da imaginação comunitária que povoava a mentalidade da massa brasileira através da TV ou da rádio pop.
Amigos, isso não é uma crítica. Acho ótimo o artista que põe a mão na massa, que vai para a linha de frente do seu trabalho, que toma conta da sua vida e da sua obra sem ter que estar “vendendo” ela para seu ninguém. Seria ótimo que fosse assim desde o princípio mas, por muito tempo, a mentalidade do músico brasileiro não foi essa. Agora, é obrigação. Mesmo quem critica o fim do mercado, o download, a falta de comprometimento do público com os trabalhos (shows vazios) ou mesmo a falta de memória musical, no fundo sabe que o jogo virou e desculpem, virou para melhor.
A previsão do “1.000 para 100 em vez de 100.000 para 1” começa a tomar conta do mercado e é lógico que quem estava se dando bem com a situação anterior vai reclamar. Todos querem defender seu quinhão, então vale a “grita”.
Curioso mesmo é ver a massa reclamista de plantão, essa famigerada vertente que não mexe as cadeiras nem por decreto, mudar o foco da reclamação, apontando o alvo para quem SEMPRE TRABALHOU POR UMA MUDANÇA DE LÓGICA NO MERCADO. Sim, os mesmos caras que se diziam contra o jabá, contra a prática das gravadoras deixando o resto do mercado à míngua e que se diziam a favor da cena independente, são quase os mesmos que hoje reclamam dos festivais, das redes, das organizações coletivas e afins.
Chegamos à conclusão de que o coro dos descontentes nunca vai ter fim. Agora, até mesmo alguns “grandes artistas” começam a engrossar o grito por espaço. O mundo dá muito volta né, não? É uma triste constatação.
Faço festivais há 15 anos, comecei no undergound: 2 caixas ciclotron para todo mundo. Ninguém investiu um real na minha carreira de músico ou produtor a não ser minha amada mãe que me deu um microfone Leson quando resolvi cantar rock. Larguei minha faculdade, fui empreender na música, cantei na noite, tomei calote, prejuízo, fiz amigos, alimentei uma rede de contatos, montei meu trabalho durante quinze anos, tijolo por tijolo, fio por fio, acorde por acorde.
Quase todos os caras que estão nas listas sendo alvo da massa reclamista de plantão tem esse mesmo histórico. Sabe o “Paulo André não me ouve”? Aquele do Abril Pro Rock? Dirigiu Kombi de pizza nos EUA para sobreviver e ouvir thrash metal bay area no seu nascedouro. Viu festivais de rock indie por lá e trouxe o modelo pro Brasil. Pablo Capilé cantava em banda em Cuiabá, rapidamente percebeu que se ele deixasse a sua banda de apoio sozinha seria melhor. A banda de apoio era o Macaco Bong. São centenas de exemplos.
Comparar o que essa galera de hoje está fazendo e criando, com o que as gravadoras sanguessugas fizeram durante anos na música brasileira é de uma burrice sem tamanho. Estamos criando mercado médio, com uma relação de respeito e amizade mútua com artistas e produtores. Alguns deles se sentem agredidos com essa relação igualitária. Faz parte.
Aqui no modesto Dosol, já vi bandas crescerem, arrumarem empresários, irem pro outro lado do jogo e voltarem. Umas com dignidade, outras nem tanto. Só para citar como exemplo, artistas como Pitty, Fresno, Detonautas e NX Zero, todos major com seus méritos (independente da questão filosóficas e de gosto pessoal) já se utilizaram da nossa estrutura quando ainda eram artistas em crescimento, atrás de um palco para tocar e foram muito bem recebidos como os quase 6.000 artistas que já fizeram shows em nosso festival ou centro cultural.
Sempre estivemos aqui para isso, num movimento sólido e de crescimento real para a música brasileira. Sempre investimos na diversidade e no novo, quando ninguém mais queria fazer isso. Nem peço senso de justiça para quem não conhece nossas histórias no meio independente, e também nem exijo que todos conheçam o que fazemos. Reclamar é da natureza das pessoas, o coro dos descontentes sempre vai estar aí. Mas através deste texto dá para esclarecer as coisas pelo menos para uns três ou quatro. Nossa batalha sempre foi de “formiguinha” e não vai ser agora que vamos mudar, beleza?
PS: Não sei o que anda fazendo o cara major que fez piada do meu trabalho. Ele não está mais no mercado há anos. Eu continuo aqui fazendo as mesmas coisas de sempre, maior e melhor a cada dia.
Anderson Foca está a frente do Centro Cultural DOSOL e toca nas bandas Camarones Orquestra Guitarrística e Rejects.
(Texto originalmente publicado em http://www.dosol.com.br/)
Tá chegando sábado, tá chegando a hora de ver Hellbenders (GO) em Campo Grande! Te conto aqui, querido leitor, é um dos grandes shows que assisti no ano passado. Verdade? Verdade! E ainda tem os ternurinhas que você já conhece: as lindas e animadas Idis, Facas Voadoras e seu sangue de vampiro e Dimitri Pellz, pra sujar e avermelhar tudo. No BarFly, é claro, a partir das 23 horas, pela bagatela de R$ 10. Pode ir de olho fechado que a gente garante que será bom demais! (Chegando lá abre o olho pra não perder nada, tá?)
E vamos ao que interessa:
Hellbenders toca stoner rock - pra quem não lembra, aquela pegada que mexe com a gente ao escutar coisas como Queens Of The Stone Age, Kyuss, Danko Jones - com pitada mais goiana impossível. É de parar na frente do palco, impressionar e bater muito cabelo em seguida. O som é rápido e certeiro, enche os olhos e os ouvidos e não dá pra esquecer.
Vai um relato:
Tamo lá, no Goiânia Noise em novembro do ano passado. Do nada, ainda com o sol enrolando pra se pôr, nos bastidores do festival, escuto um som muito bom vindo de um dos palcos há uns 300 metros de onde eu estava. Pedi licença aos companheiros e fui atrás de matar a curiosidade. Que nem o Frajola sai voando quando sente cheiro de um assado novinho.
Chego lá na passagem de som e pá: fico de cara, passada na frente do palco. Como diz meu amigo Pipico, quando a banda é mais ou menos você compra uma cerveja e conversa; quando é legal, você dança com ela; mas quando é foda, nêgo pára na frente do palco de boca aberta. Tudo verdade.
Com Hellbenders a coisa é de virar estátua.
Riffs certeiros, performance certeira. Daí me conquistaram ainda mais os garotos da banda com cara de muito novinhos, com muita vontade de tocar e camisetas do Kyuss, que a gente ama, né?
Gostei do show do começo ao fim e elegi como uma das melhores surpresas que tive. O portal G1 também. Saca só: http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL1395646-7085,00.html.
(Fim do relato)
Ver Hellbenders em casa, então, será um grande prazer. Vamos dividi-lo juntos! E isso é uma ordem.
Confira abaixo o vídeo de Hurricane - Live at Fiction:
Só pra não esquecer, a Bigornada de Abril faz parte das comemorações do #Bigorna1ano. Acompanhe pelo twitter da Bigorna e pelo site as novidadades na nossa programação e comemore com a gente!
SERVIÇO – Bigornada de Abril, no dia 24 de março (sábado), às 23 horas, no BarFly, na Rua José Eduardo Rolin, número 201, em Campo Grande. A entrada custa R$ 10.
Ainda nas comemorações do #Bigorna1ano, amanhã o coletivo Bigorna realiza a Invasão Britânica no BarFly! As bandas Stripped (tributo a Rolling Stone) e Lynks, com muito Oasis, Coldplay e etcéteras londrinos são os convidados especiais da noite. Começa a partir das 23 horas, no BarFly. A entrada custa R$ 10!
O programa "tamojunto" estréia hoje, a partir das 18 horas, na eai.fm, apresentado por esta que vos fala! Será ao vivo e transmitido toda quinta-feira, neste mesmo horário. Um convidado diferente vai ser entrevistado a cada programa, que ainda terá informações sobre cultura, baladinhas e o que se passa nessa Campo Grande linda da gente.
E é claro, né, muita música! O "tamujunto" vai mostrar um pouco da produção musical local, como já funciona na eai.fm, e também falar das influências e artistas preferidos da galhera. Haverá também reprises durante a semana. Depois posto aqui os dias e horários.
Quem quiser participar opinando, pedindo música ou dando sugestões é só acessar o www.eai.fm. No site tem um chat que funciona 24 hs por dia!
As bandas Idis, Toca Fitas e Dimitri Pellz fazem show hoje no Bar Área 51, que fica na Rua Pedro Celestino entre as Ruas 7 de Setembro e Joaquim Murtinho, no centrão de Campo Grande. Baladinha de leve (aparentemente, né) pra garantir um fôlego a mais pra semana. Começa às 20 horas - você se diverte e ainda chega com a cara boa pra trabalhar amanhã - e custa só R$ 5!
SERVIÇO: Idis, Toca Fitas e Dimitri Pellz hoje, às 20h, no Bar Área 51, na Rua Pedro Celestino entre as Ruas 7 de Setembro e Joaquim Murtinho. Entrada a R$ 5.
Hoje a Jennifer Magnética lança o primeiro de uma série de teasers online do seu novo album, "O Verdadeiro Underground". Dá água na boca - musicalmente falando (hehe) - e curiosidade sobre as novas músicas do trio. Aqui dá pra conferir um tiquinho do que tem de novidade no novo CD. A arte assinada pela Vaca Azul tá linda, né mesmo?
Neste sábado (10) tem Gobstopper Recebe, no BarFly! O show faz parte das comemorações do #Bigorna1ano e inaugura o projeto "Recebe" do coletivo Bigorna Produções, onde cada banda integrante do coletivo terá uma noite onde realiza o show principal e convida outros artistas para fazer parte da festa. A Gobstopper Recebe terá James Banda e Haiwanna, bandas campo-grandense da cena rocker.
Gobstopper pode ser considerada a caçulinha prodígio do coletivo Bigorna. Atuando desde 2007, o baterista Leco Plaça, o baixista Marcel Papel e o vocal e guitarra Elizeu Nico, empolgam público nos shows. "Esse Carnaval", "Mais Dois Minutos", "Como Vai Você" e "Sensação de Perda" estão entre as músicas de trabalho do trio fofo.
Leco, Marcel e Nico = Gobstopper/ Foto: Lidyanne Alves
Em junho de 2009 lançaram o EP "Novas Idéias Repetidas", disponível para download no myspace da banda www.myspace.com/gobstopper. Shows nos projetos "Som da Concha", promovido pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, "Festival Fogo no Cerrado" e Bigornadas estão no currículo da Gobstopper.
SERVIÇO - Gobstopper Recebe James Banda e Haiwanna neste sábado, a partir das 23 horas, no BarFly, na Rua José Eduardo Rolin, número 201. A entrada custa R$ 10.
Capa do novo CD da Jennifer Magnética by Vaca Azul
“Verdadeiro Underground”, o novo CD da Jennifer Magnética, está saindo do forno! Em fase de finalização, o álbum é o segundo da banda e financiado pelo Fundo Municipal de Incentivo a Cultura (FMIC)/2009 da Fundação Municipal de Cultura (Fundac). O CD tem produção de Alex Cavalheri, tecladista d’O Bando do Velho Jack, que a partir deste ano produzirá também o próximo trabalho da Dimitri Pellz.
Entre as músicas presentes no novo disco da Jennifer estão “Malditos Cromossomos”, “Velhos Ébrios” e “Ela”. “O lançamento está marcado para o mês de agosto, mas a partir da semana que vem o público poderá acompanhar os teasers de “Verdadeiro Underground” e singles”, antecipa Rodrigo Faleiros, baixista magnético. Completam o power-trio o guitarrista Jean Stringheta e o baterista Diogo Zarate. Os três dividem os vocais.
As gravações tiveram início em setembro de 2009 e contaram com participações de músicos como o baterista e percussionista Sandro Moreno, o acordeonista Adriano Magoo, Marcos Yallouz (baixo do Bando do Velho Jack) e Guilherme Cruz (Filho dos Livres). A produção áudio-visual e identidade gráfica é assinada pela Vaca Azul, produtora parceira do coletivo Bigorna.
Jennifer Magnética é banda integrante do coletivo Bigorna Produções. Formada do início de 2007, lançou o CD "Placenta" e o EP "Licopeno". Já se apresentou nos principais projetos culturais de Mato Grosso do Sul, como "Som da Concha", "Cena Som" e "Festival América do Sul". No ano passado realizou apresentações em festivais de música independente como "Festival Calango" (MT) e "Festival Fogo no Cerrado", realizado pela Bigorna Produções, em Campo Grande.
Como você, amigo, querido, valioso e estimado leitor pode conferir, demos início no post anterior às comemorações do aniversário de 1 ano do coletivo Bigorna Produções. Está lançado o calendário de eventos com atrações fechadas até julho com a aposta de muitas surpresas recheando ainda mais o cronograma de festas até lá.
E de festa, show, música boa e casa lotada a Bigorna Produções entende bem. Em apenas 1 ano, o coletivo formado pelas bandas Jennifer Magnética, Facas Voadoras, Dimitri Pellz e Gobstopper e produtores culturais ajudou a movimentar a cena cultural local (cof,cof). Com muito orgulho, relembramos nesse#Bigorna1ano parte de nossas ações que tem como bandeira a cultura independente. Vem com a gente:
- Ao todo, 50 artistas locais, nacionais e internacionais fizeram apresentações em eventos promovidos pela Bigorna;
- Foram 11 Bigornadas (festa mensal promovida pelo coletivo com bandas locais e convidados nacionais);
- 5 Quartas Hype (julho de 2009);
- 2 Noites Fora do Eixo (novembro de 2009);
- Festival Fogo no Cerrado (dezembro de 2009);
- Grito Rock Campo Grande (fevereiro de 2010);
- Mostra de filmes
- Participação de 25 bandas locais:
Astronauta Elvis Dimitri Pellz Jennifer Magnética Facas Voadoras Gobstopper Noradrenalina Parkers Fotovoltaicos Beatlesmaníacos Curimba Louva Dub The New Old Cats Asteroides Link Off Deletronica Bêbados Habilidosos Repúdio CxGx Midnight Purple Santo de Casa Idis Karate Inferno quatroevinte mc Rockers Sound System DJ Magão Ataque Nuclear
O coletivo em si colheu generosos frutos. O trabalho em grupo, a convivência entre bandas de diferentes estilos - sejam locais ou convidadas de outros estados - e a troca de experiências contribuem para a maturidade da produção independente e projetam o produto cultural sul-mato-grossense para outras partes do País.
As bandas Facas Voadoras, Dimitri Pellz, Jennifer Magnética e Gobstopper fizeram shows em importantes eventos e festivais em 2009, como Festival Calango (MT), El Mapa de Todos (DF) e Vaca Amarela (GO), entre outros.
Além de todas as vitórias representadas com cada uma destas apresentações, a Bigorna Produções ainda comemora um feito muito importante para o cenário local: a formação de público. Após um ano de atuação, o coletivo contabiliza participação massiva e fiel de uma média de 300 pessoas e dezenas de empregos gerados a cada evento realizado.
O agradecimento é sincero a cada parceiro e banda que acreditou e acredita na valorização da arte em geral. E em especial ao público que aposta em todas as produções realizadas.
Bigorna Produções diz: muito obrigado! Por Manuela Barem Bigorna Produções
O coletivo Bigorna Produções completa 1 ano em abril de 2010! É com grande satisfação que damos início a comemoração da #Bigorna1ano na maior alegria, com espírito de festa e, principalmente, muita gratidão ao público que fez parte da nossa história.
Ao todo, 50 bandas locais, nacionais e internacionais se apresentaram em 11 Bigornadas, Festival Fogo no Cerrado e outras eventos promovidos pelo coletivo genuinamente campo-grandense!
Em abril, o parabéns-a-você pra Bigorna vem na forma de mais e mais barulho. A banda Gobstopper inicia neste sábado (10) o projeto onde as bandas integrantes do coletivo convidam parceiros musicais para dividir uma noite de shows.
O Gobstopper Recebe terá James Banda, Gobstopper e Haiwanna, a partir das 23 horas, no BarFly! A entrada custa R$ 10.
No dia 17 de abril (sábado seguinte) tem Noite Britânica, com as convidadas especiais Links e Stripped. Também R$ 10, a partir das 23 horas, no BarFly.
E, como não pode deixar de faltar, no dia 24 tem Bigornada de Abril! A banda convidada é Hellbenders, diretamente de Goiânia Rock City. Considerada uma das boas revelações do rock nacional, o grupo promete muito pra 2010! Bigorna Produções conferiu o show de perto e garante: rock de primeira. Fazem shows na noite Dimitri Pellz, Facas Voadoras e Idis. Também R$ 10, a partir das 23 horas, no BarFly.
PROMOÇÃO
Como aniversário lembra presente, no #Bigorna1ano quem ganha é você, amigo e fiel leitor! E o prêmio desta vez é especial: quem twittar a tag #Bigorna1ano dizendo qual foi seu show preferido até hoje promovido pela Bigorna Produções concorre a 1 combo do #Bigorna1ano que contém:
1 par de ingressos para cada uma das festas promovidas pela Bigorna no mês de abril (faça as contas, são seis ingressos ao todo!)
1 album de fotos com os melhores momentos do #Bigorna1ano
1 CD coletânea de bandas da Bigorna (incluindo singles lançados em primeira mão e que farão parte dos novos CDs das bandas Jennifer Magnética e Facas Voadoras)
Pois é, ainda tem mais: junto com as comemorações do #Bigorna1ano, o coletivo Bigorna Produções lança um calendário de atrações fechadas que garantem muita música e festa até julho, só pra começo de conversa. Confira*:
ABRIL
Dia 10 - Gobstopper Recebe - Com Gobstopper, James Banda e Haiwanna Dia 17 - Noite Britânica - Com Links e Stripped Dia 24 - Bigornada de Abril - Com Hellbenders (GO), Facas Voadoras, Dimitri Pellz e Idis
MAIO
Dia 1° - Móveis Coloniais de Acaju (DF), Gobstopper, Jennifer Magnética e bandas locais (à confirmar) Dia 7 - Autoramas (RJ) plugado - Com Autoramas, Aedes Aegpty, Facas Voadoras e bandas locais (à confirmar) Dia 8 - Autoramas (RJ) desplugado - Com Autoramas, Dimitri Pellz, Gobstopper, Jennifer Magnética e bandas locais (à confirmar)
JUNHO
Dia 26 - Bigornada de Junho com The Name (SP) e bandas locais (à confirmar)
JULHO
Dia 10 - Jair Naves (SP) e bandas locais (à confirmar)
*Lembrando que este calendário contém atrações já fechadas, porém funciona como uma prévia. Pode sofrer alterações, assim como receber mais atrações no decorrer do tempo.
A Bigorna Produções convida a todos a brindar seu primeiro ano e, é claro, desejar infinitas outras alegrias e muita música para os próximos. Acompanhe as novidades no blog e twitter: www.twitter.com/bigornatweets.
Facas Voadoras toca no Festival Fora do Eixo e lança single!
Léo, Diego e Ripa = Facas Voadoras/ Foto: Flávio Melgarejo
A bandaFacas Voadorasestá cheia de novidades para as comemorações do #Bigorna1ano! O trio lança hoje no Blog Rock do Mato o single de "Cut Your Heels Off", música que integra o novo CD da grupo. Além disso, Facas Voadoras faz show em São Caetano (SP) amanhã (8), junto com Nevilton (PR) e neste sábado na capital paulistana junto com Canastra (RJ), no CB Bar, durante a programação do Festival Fora do Eixo.
Em 2010 o grupo lança seu primeiro CD, "Your're No Longer Dressed in Black", atualmente em fase de finalização. O album foi financiado pelo Fundo de Investimentos Culturais (FIC) da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. O lançamento está marcado para o fim de maio.
"O CD foi feito em cerca de 8 meses e tem 34 minutos de speed metal", brinca Leonardo Schmidt, vocal e guitarra da banda, completada por Diego Boeno no baixo e Jean Ripa na bateria. Ao todo, são 14 faixas produzidas pela própria banda em conjunto com Geraldo Júnior. A capa é assinada pelo Bicicleta Sem Freio, estúdio pilotado por integrantes da banda goiana Black Drawing Chalks. As músicas são escritas em inglês e já fazem parte do repertório do Facas. Léo conta que o grupo pretende lançar também um EP em 2010, ainda sem data marcada.
Quentíssima: capa do novo CD do Facas por Bicicleta Sem Freio
Facas Voadoras é integrante do coletivo Bigorna Produções e em 2009 realizou importantes apresentações em várias cidades brasileiras. Destaque para o Festival El Mapa de Todos, realizado em Brasília (DF), com seleção nacional de bandas, Festival Calango (MT) e Festival Quebramar (AP).
No ano passado, a banda ganhou atenção de publicações especializadas como a revista Rolling Stone e sites O Globo e Senhor F. O clipe da música "1:54" entrou na programação da MTV e ainda ganhou uma vinheta de exibição constante no mês de aniversário da emissora.
*O texto a seguir é uma entrevista exclusiva com Emicida produzida durante a Bigornada de Março para o Portal Nagulha.
"QUERO QUE MINHA MÚSICA VIVA E QUE EU VIVA BEM COM ELA"
Texto e fotos por Manuela Barem
Vestindo regata, bermuda e chinelo chega Leandro Roque dos Santos, o Emicida, 24 anos, filho da dona Jacira e pai de Estela, que ainda tem apenas um mês e pouco de vida. No rosto óculos escuros de lentes ovais (o mesmo que aparece no clipe de “Triunfo”). Sorri ao avistar o local da entrevista: restaurante na beira d’um córrego que mistura o barulho da água corrente com um sambinha de leve no violão.
Acompanhado por seu irmão e produtor Evandro, os Djs Nyack e Roger e a produtora do coletivo Bigorna, Letz Spíndola, passa alguns minutos cantando e batucando na mesa. A recepção da sua primeira vez em Campo Grande (MS) agrada e talvez prepara para o show incrível que irá fazer mais tarde e marcar história como atração especial da Bigornada do dia 13 de Março. Festa realizada pela Bigorna Produções mensalmente, sempre com bandas locais e convidados especiais do circuito música independente.
Não é só a brisa fresca da copa das árvores faz Leandro se sentir pleno. O mc da Zona Norte de São Paulo está em ótima fase. Ganha o Brasil inteiro na humildade, com perna fina e passo largo. Nas costas, a aposta de muita gente que reclamava da saudade do rap em evidência desde a morte de Sabotage (2003), indicações ao Prêmio VMB 2009 da MTV, milhares de acesso no Youtube e a mixtape “Pra Quem Já Mordeu Um Cachorro Por Comida, Até Que Eu Cheguei Longe” elogiada pela crítica. E na boca do público.
Emicida leva para as letras o argumento típico das batalhas de freestyle, escolhe bases certeiras, mistura timbres e sampleia soul e samba. Coisas que cresceu ouvindo e outras mais que conheceu somente depois dos 15 anos, quando desceu pela primeira vez o morro em direção à cidade. “Queria conhecer tudo, mas como procurar algo que eu nem sabia o que era. Só sabia que não queria deixar de conhecer mais”, diz.
Hoje em dia viaja para várias cidades para cumprir a lista de shows marcados, profissionaliza a equipe e busca parcerias. Quando está em casa ouve Nelson Sargento, Paulinho da Viola e música popular nordestina para relaxar. Mas sem parar, porque ainda tem trabalho pela frente.
Em tom baixo e contínuo, Leandro fala sobre como conheceu o rap e se doou para a música, conseguindo vender mais de 10 mil cópias. Isso em 2010, sem gravadora, com CDs feitos em casa. O tempo todo fala em “a gente” para se referir ao trabalho do Emicida, sem falsa demagogia, mas como alguém que sabe que o trabalho funciona se é feito com verdade e em conjunto.
Como foi seu primeiro contato com rap? Onde e com quem você ouviu?
Ninguém me mostrou não. Um dia ouvi “Nomes de Meninas” do Pepeu tocando na rádio. Era uma coisa assim “fiquei sabendo que tem um tal de Pepeu, que canta rap bem melhor do que eu”. Era um cara muito importante pro rap e, pra você ter uma idéia, hoje ninguém sabe quem é Pepeu, mas o Racionais abria o show pra ele naquela época. Aí virou evangélico, a gente até tentou gravar um especial com ele no fim do ano, mas não ele não quis, tá ligado? Agora ele tá na igreja e não quis, é foda, mas é claro que a gente respeita. Compreendo ele. É uma barra né, meu? Viver de musica, arrumar a banda. A galera acha que nos estamos descolados, 100%, mas é uma parada que nunca termina e não é fácil.
É uma luta, mas nem é legal ficar reclamando tanto se não a galera vai achar outro emprego pra gente parar de sofrer, né? (risos). Aí um dia fui levar ele (aponta para Evandro) na escola e na volta comprei pela primeira vez “Sobrevivendo no Inferno”, do Racionais e “Os Cães Ladram Mas a Caravana Não Pára”, do Planet Hemp. Nunca mais parei de ouvir, mas ninguém precisou me mostrar. Não tem como alguém te ensinar a fazer rap e o máximo que você vai aprender é rimar igual quem te ensinou. Porque fazer rap ninguém ensina. Existem técnicas que podem ser dadas, mas o negocio é que você aprende criando você mesmo. E não é para parecer com ninguém. Eu acho massa é meter a cara mesmo e ir fazendo, vivendo, sabe? Vivendo, vivendo, vivendo, e fazendo. É o que eu fazia antes. Eu escutava um rock e fazia o meu. Escutava um samba e fazia o meu, tá ligado?
E desde quando você fazia isso?
Desde pequeno, desde 4 ou 5 anos. Porque eu não tinha grana para comprar disco e eu catava o gravador da Sony e gravava eu mesmo o que inventava. E assim também era com historia em quadrinhos, eu desenho ainda. Eu trabalhei como ilustrador. Hoje em dia eu me dou ao luxo ainda de fazer por hobby.
Tem desenhado ultimamente?
Agora eu me pego desenhando enquanto tô conversando com os caras. Eles falando e eu vou rabiscando. Mas eu ainda tenho vontade de fazer mais. Quero lançar uma história em quadrinhos ainda nesse ano. Eu estudei design e conheci várias pessoas que gostam. Eu acho parecido fazer música com fazer quadrinhos, até nessa questão de mercado. Você tem que suar a camisa do mesmo jeito e pra lançar tem que ser uma estratégia parecida com a da mixtape, não dá pra pensar em emplacar uma revista em quadrinhos como a da Turma da Mônica.
E talvez qualquer tipo de arte contemporânea, ou independente, tenha que ter esse caminho mesmo hoje em dia, né?
Com certeza. Eu acho também, tem um monte de cara grandão, representava antigamente um monte de empresa e hoje caiu. A informação mais rápida descentraliza esse poder, a gente sabe disso. Mas o trabalho que você tem pra produzir hoje é o mesmo de antigamente e as pessoas não se lembram tanto disso. Embora você tenha outros recursos, as pessoas ouçam mais música com mais diversidade do que naquela época, o trabalho que você tem ainda é o mesmo. E é muito trabalho.
A mixtape tem cara de álbum, desses pensados pra passar uma mensagem, com começo meio e fim. Como foi elaborá-la?
Concordo com isso e acho que tem também álbuns que parecem mixtapes. Você sintetiza a parada pra contar uma história, por isso se chama assim, “Pra Quem Já Mordeu Um Cachorro Por Comida, Até Que Eu Cheguei Longe”, que é pra contar minha história pras pessoas. Vem a introdução, dizendo “é necessário voltar o começo, os caminhos se confundem”, então que a gente pare e veja o que quer, antes que o barco siga. Mas tem que pensar porque tem passado e futuro, e não só presente.
O lance de pensar em começo, meio e fim foi intuitivo, mais intuitivo do que proposital. Direciono mais pro que eu sinto do que para uma ordem mercadológica. Mesmo o público entende que começa de uma forma profunda, depois tem uma coisa de afirmação mesmo, de dizer que estou aqui independente se eu estiver sozinho, aí vai indo e rolando pra funcionar como uma conversa. Assim como agora eu vou falar com você de várias coisas e podem não ser numa ordem cronológica. E pode ser que eu faça uma música sobre isso aqui de hoje daqui uns sete anos se for uma parada importante que volte num momento pra mim.
“A música volta pra você depois de você se dar pra ela muito tempo. É uma pessoa difícil, sabe? Você tem que acompanhar ela, estar junto com ela por muito tempo e talvez ela volte pra você depois”
Você escreve constantemente, mas rolam fases de ‘block’ (bloqueio de inspiração pra escrever)?
Cara, tenho vários blocks e é bem horrível. Porque é muita coisa, né? E só estou tendo tempo pra fazer às vezes. Queria ter tempo para escrever mais. Agora estamos nos organizando pra parar de fazer shows e fazer uma nova mixtape. É o momento, sabe? É um tempo legal para tentar correr com outra e depois pra fazer um disco oficial do Emicida. É difícil parar de fazer shows porque a gente é independente, né, precisa trabalhar por grana todo dia para poder produzir. Independente não tem essa direitos autorais e outros lances que permitem você parar um pouco. Agora que eu consegui receber um por causa de uma grana que caiu de execução pública, em televisão e essas coisas.
E como foi?
Meu, fiquei muito feliz. E ao mesmo tempo penso “pô, foda, né? Se o mercado fosse equilibrado, dando espaço para os Racionais, Black Drawing Chalks e Ivete Sangalo ao mesmo tempo, se o mercado se preocupasse mesmo com isso, ia ser mais rentável pra todo mundo. Ainda preferem trabalhar com um único gênero, e se isso morrer partem pra outro. Você para e pensa em Chico Buarque, Caetano, Elis Regina, que são monstros da música, e cadê os monstros da musica da nossa geração? O último disco do Caetano não fez barulho nenhum, tá ligado? Então pensam que não é rentável a molecada ver um tiozinho, porra, mó da hora ali tocando pra gente mais nova. Pegam uns caras, molecada tudo igual, fazem um ritmo industrial, acham que o cara é um superstar, mas pra indústria não é nada, porque já tá se ligando num outro cara que tá chegando, preocupado com pagar jabá para por na mídia, começar a rolar pra banda ir pro sucesso. E ninguém pensa numa coisa de carreira, a longo prazo, não banda de hit, mas de história. Hoje você tem uma tradição de não se preocupar com a história.
Dentro desse cenário, onde você acha que acertou fazendo com que dessem atenção ao que você produz?
Simples. De tudo o que eu fiz, fiz acreditando q eu tinha que fazer no momento que eu senti que era necessário. Participei das batalhas de freestyle, ganhei muitas, e veio uma hora que eu resolvi que tinha que ter uma carreira. Os caras idolatram quem faz (freestyle), mas isso não tem uma longevidade, precisa de algo pra construir uma música pra depois construir carreira séria. O que eu quero fazer é música. Até porque na batalha às vezes tomam rumos que eu não curto. Na maioria das vezes vira um concurso de piadas, tirando se você é magro ou gordo. Acho o improviso maior do que isso, um cara tirando o outro.
Eu e uns amigos lutamos contra isso e me distanciei por causa disso. Achei melhor sair pra construir uma mensagem, tá ligado? Eu vejo o improviso como ouvir John Coltrane e se você tiver na vibe vai enteder o que aquilo significa: o cara no bar, som mais ou menos e não importa, brigou com a mulher…numa batalha de freestyle também tem esse aspecto, as pessoas que vivem e compreendem aquele momento é único é porque elas tão muito na vibe da parada. Quem tá aqui e vê isso é foda. E esse é o grande lance da música. Eternizar o sentimento de uma forma tão grande que várias pessoas que viveram aquilo ali se identifiquem quando forem ouvir.
“As pessoas dizem que sabem que viver é muito mais do que pagar contas, mas elas querem que a música faça isso por elas. E aí nem enxergar elas conseguem, não conseguem que a música viva. Eu quero que minha música viva e que eu bem viva com ela”
Desde quando você decidiu trabalhar com música de fato, se dedicar unicamente à música?
Desde 97 eu sentava e escrevia as coisas que via na rua. Era uma necessidade, não era porque tava pensando em construir uma carreira. Não era isso ainda. Mas a música volta pra você depois de você se dar pra ela muito tempo. É uma pessoa difícil, sabe? Você tem que acompanhar ela, estar junto com ela por muito tempo e talvez ela volte pra você depois. E não tem essa de ganhar dinheiro fazendo show se não pensar desse jeito, aí você vai viver no mais ou menos. O que você tem de tirar da música não é dinheiro, é satisfação. O resto vem depois. Quer dinheiro logo vai trabalhar no banco. Obviamente rola grana, a gente não estaria aqui se não tivesse grana de cachê e estrutura, gasolina pra eu vir até aqui, ter uma parada pra comer. Eu conheço muita gente que largou tudo para viver de música e não aconteceu nada nesse ano, nem vai acontecer no ano que vem e nem daqui a dois anos. Porque é uma parada que ela voltou pra mim.
Uma vez tava conversando com o produtor do Rappin Hood e ele disse para mim “mano, você tá certo”. Eu disse pra ele que se essa parada não adiantar nada, eu não tenho problema nenhum de pegar um currículo e entregar no McDonalds. Eu vou fazer isso do mesmo jeito, eu amo fazer isso, amo música. Acho que é porque eu tenho esse bagulho largadão de “ah, mano, eu amo mais música do que ganhar dinheiro”. É lógico que eu gosto de dinheiro, também, porque eu quero fazer as coisas que eu gosto e viver sem passar necessidade. Mas não tenho problema nenhum de trampar em uma parada de grana e fazer musica como hobbie.
A diferença é que agora de hobbie ela virou uma coisa que eu não tenho tempo mais para nada a não ser isso. Mas a parada mesmo é que a musica só volta pra você se não for uma intenção que eu chamaria até de mesquinha. Porque as pessoas dizem que sabem que viver é muito mais do que pagar contas, mas elas querem que a música faça isso por elas. E aí nem enxergar elas conseguem, não conseguem que a música viva. Eu quero que minha música viva e que eu bem viva com ela. Tudo é uma seqüência, e muitas vezes a seqüência é em longo prazo.
Que estratégias no meio independente que você reconhece que funcionam?
Primeiro de tudo, não adianta ter o produtor e você achar que a pessoa vai dedicar a vida dela a te achar, a dedicar a vida a levantar o seu trabalho. Muitas vezes é uma troca de trabalhos, de favores, uma pessoa que produz shows em contato com uma banda boa. Eu particularmente acho que a independência é o caminho para todo mundo agora. Eu amo ser independente.
Não tô dizendo que vou ser para sempre porque sei que propostas podem vir a acontecer amanhã, mas acho muito pouco provável que me agrade porque a forma arrogante que as gravadoras trabalham…tipo uma mina zoada que acha que é a Gisele Bündchen. Imagina a Dercy Gonçalves bater de frente com a Ju Paes, tá ligado? (risos). Eu acho que é isso. Finada Dercy, tadinha (risos). As gravadoras precisam de uma abordagem mais humilde.
Isso rola desde quando a internet ficou popular, né? Já tem tempo.
É, com certeza. Puro pensamento atrasado. Além disso, a gente tem um mercado da hora e a pirataria não viu a gente ainda. Não viu na mesma magnitude da Ivete Sangalo. Eu não tô numa evidência constante pros caras quererem copiar meu CD, mas seria massa. Porque o que faz a gente circular é nosso nome em evidência, independente de como. A vendagem que a gente tem hoje em dia a gente considera muito, milagre ter vendido 10 mil cópias.
Como foi isso na prática? Vocês saiam na rua pra vender? Procuraram a galera pra comprar?
Primeiro compramos CDs, papel, tesoura, cola, os bagulhos todos e fizemos o trampo mesmo de artesão. Igual o Macaco Bong que fala que a gente tem que ser artista igual pedreiro, esse bagulho uniforme, acho que por isso que eu me identifico tanto com eles. Aqui somos todos iguais, eu, o Roger, Dj Nyack, Evandro, todos com funções diferentes. Hoje a noite eu vou cantar, o Nyack vai tocar, o Evandro vai organizar e o Roger vai cuidar do som e de qualquer problema que possa ter. Eu me vejo como um elo numa corrente e não como a cereja do bolo e os caras tocam para mim, tá ligado? É o que dá certo. Todo mundo trabalhando por um ideal comum, e não um querendo aparecer mais que o outro.
Aí no primeiro dia enchemos a mochila de CD e já traçamos as metas, fizemos tudo que nem telemarketing. Vender um tanto de CD por dia. Tem uns caras que vendem 3 CDs num show, numa noite e chegam falando felizes que conseguiram vender. Hoje se a gente vende 200, 300 e volta do show pensando “caralho, que será que aconteceu que hoje nós vendemos pouco?” Pra gente o bagulho é todo muito maior, tem dias que vendemos 500 CDs, 600. E outros caras levam CDs nossos também, o Kamau vai viajar e leva.
E se você for olhar ali na mala tem Pentágono, Kamau, uma galera que a gente conhece e quer…nem é dar força, porque a gente não tá no mesmo pé que eles, mas se vai colocar nosso CD ali pra vender, coloca o deles também. A gente acredita na galera que vem da geração como a nossa, da minha e da sua, que querem ter o CD ainda, querem pegar, ver o encarte. Na cabeça dela tem a obrigação de “pô, gosto dessa banda, tenho que ter o cd dela”. Tem um monte de cara que fala isso: baixei a parada, mas quero comprar o CD. É como se fosse uma prova de que ele viveu aquela parada, aquele tempo.
Todas as músicas que você produziu naquela época foram lançadas na mixtape ou tem mais guardadas aí?
Tem sim, e tem as novas ainda. Tem umas trinta. Tem musicas antigas que posso fazer de outro jeito hoje, mas ainda sim é um retrato, como uma foto velha e você fala “olha a roupa que eu tava usando”, tipo isso mesmo. É um momento que eu tava e as pessoas vão compreender. Eu quero colocar umas dessas na próxima mixtape também, porque acho importante.
Já tem previsão para lançar o próximo trabalho?
Acho que daqui uns três meses, dá para esperar já. Estamos escrevendo o projeto, rolando parcerias pra sincronizar nomes, marcas com a música, desde que sejam coerentes com a minha proposta.
Letícia Spindola, produtora da Bigorna Produções pergunta – Como é a relação do rap com o com rock pra você, na questão de público?
É boa, claro. A gente é burro se a gente não conversar com todos os públicos porque a gente tá fadado a morrer se o público mudar de idéia. E a coisa mais fácil que pode acontecer é o público mudar de idéia. Nosso público é híbrido. Se você for ver o nosso público em São Paulo é a galera do rap, do skate, do rock, do samba. A gente já chegou no mercado sem reunir as pessoas que ouviam única e exclusivamente rap, porque é coisa dessa geração não separar as coisas. Se tem um samba a gente vai lá ver e acaba rolando uma parada com a gente também. Mesma coisa com o público de rock. Tem uma galera do rock que a gente gosta muito, como o Rock Rockets. Já tocamos juntos em São Paulo, em lugares como a Outs (casa de show na Rua Augusta) e a galera aos poucos foi se acostumando. Você vendo a fila dobrar depois de um tempo, muito legal.
A relação com MTV mudou a abordagem das pessoas com vocês? Abriu mais portas e etc?
Com certeza dá um peso maior sim. Tenho uma relação boa pra caralho com a MTV. Eu acho até que em vários pontos a MTV faz a parte dela e acho que as bandas podem cobrar coisas, como também tem que ser com o governo. O governo deixa de apoiar um monte de coisa que seria boa pra população e a população não cobra, então para os caras também, tanto faz. A gente devia falar o que quer ver. Tem vários boatos aí dizendo que eu sou jogada da MTV, tá ligado? De que eu paguei pra ser indicado ao prêmio, que eu paguei para tocar. E a única vez que eu fui lá antes de ser indicado foi a vez que eu levei o CD. O clipe ficou pronto e eu fui lá entregar na mão deles, nem sabia se ia passar na programação, fui lá levar, tá ligado? Eles é que decidem o que vai passar. Mas mesmo assim, tem uma galera que não leva.
Em várias da suas letras você procura deixar claro que é um cara que já passou por muita coisa e enfrentou tudo com coragem. Tem alguma coisa que lhe desperta medo?
Não, porque eu sempre fui uma pessoa que não tem nada a perder. O que vier é lucro sempre. Tipo, fiz uma aposta, gastei toda a grana que eu tinha para fazer essa mixtape. Então não vou me tornar refém dos passos que eu já dei. Eu acredito muito no que eu to fazendo, nem tem porque eu ter medo de nada não. Ah, na verdade, tirando a casa mal-assombrada do nosso amigo Mundico eu não tenho medo de nada. Mano, é foda (risos). Ele mudou pra uma casa que tinha um terrenão. Lá morava uma senhora e os filhos tiraram de lá e colocaram ela num asilo. Ela ficou tão puta que ficou louca e depois morreu. E varias pessoas tem história de mudar pra lá e os caras começarem a pirar. E mano, na casa dele, você ta lá e fica alguém respirando (imita respiração profunda, inspirando e aspirando). Mano…é foda (risos). Dá um medão enorme. Meu amigo abaixou o volume da TV e fica a respiração alta, na sala. Fora isso não tenho medo de nada não (risos).
Como ser feliz ganhado pouco. Mas ganhando sempre!
Um passo de cada vez e todos na mesma direção. De preferência, com todos dando todos seus passos na mesma direção. Talvez esse seja o caminho mais fácil para se alcançar, com certa segurança, algum objetivo. Mas já dizia Oscar Niemeyer que “se a distância mais curta entre dois pontos é uma linha reta, a mais elegante é uma linha curva”. E dessa linha curva, outras podem surgir. Curvas ou não. Tranquilas ou não. Quem sabe?
O fato é que nós aqui da Bigorna Produções – que vos fala – estamos em constante ascensão e pretendemos assim ficar.
Sábado último, dia 27 de março, foi um exemplo disso. Organizamos uma festa para unir três bandas que jamais haviam tocado juntas na mesma noite: O Bando do Velho Jack, Dimitri Pellz e Jennifer Magnética. Uma banda clássica e inconteste de nossa cena local e duas bandas bigornescas, se firmando cada dia mais. Uma banda com um público fiel e crescente e outras duas também. Uma banda que sempre representou nosso estado em festivais Brasil a fora (sempre discordei desse termo, acho que o correto deveria ser “Brasil a dentro”) e outras duas que também, ainda que inicialmente e pari passu à aceitação da nova cara da música brasileira. To falando de rock, ok?
Enfim, nossa linha curva é essa acima descrita. Sabem, não adianta pegar sua banda e ir tocar lá naquele – é, me refiro àquele mesmo – bar famosinho daquela capital notória, sem antes dividir palco com os seus, sem desbravar as possibilidades de tornar a cena local mais diversificada e com uma gama e mescla maior de bandas tocando juntas, sendo parceiras e fazendo grandes eventos. Nossa linha curva primeiro atinge todo o nosso perímetro cultural local, mas sem deixar de almejar aquele ponto lá na frente, que virá naturalmente, ao passo do que se entrega a banda a tal.
Como foram os shows do dia 27? Ótimos, obrigado!
(Jean, guitarrista da Jennifer Magnética)
Jennifer Magnética, que neste ano lança seu segundo trabalho de estúdio “O Verdadeiro Underground”, abriu a noite com seu repertório incrível de músicas d’ao longo de sua carreira, algumas versões de clássicos mundiais (a performance de Aqualung, da Jethro Tull foi revigorante) e de sucessos indies, além de uma palhinha de seu novo álbum, com a música “Malditos Cromossomos”. Aprenda a letra comigo:
“Malditos neo-darwinista, vocês mexeram com minha fé (8x) /
Malditos Cromossomos (8x)”
Achou pouco? Ok, você ainda não os ouviu ao vivo, te perdoo.
(O Bando do Velho Jack)
O Bando do Velho Jack veio sem seguida. Mas sem o baterista Bosco, substituído por Erik do Bêbados Habilidosos por esta noite. A bateria também teve Adriel ao seu comando por uma faixa. Enfim, fizeram um puta show, cheio de energia e rock n roll. Tem gente que acha que “Trem do Pantanal” é deles, mas não é, ta pessoas? É apenas uma boa versão dela.
(Dimitri Pellz)
Pelo fio da noite, assim, na calada da espreita e da espera, todo mundo foi chegando mais perto do palco. Dimitri Pellz se aprumava para mais um show. Lindo e barulhento, como tem de ser! Levou os presentes a um bom estado de êxtase pós show, visto que a cada dia que passa, mais e mais pessoas enxergam a banda como a figura que de fato representam: o de banda que tem a missão – e o prazer de cumpri-la – de levar todo mundo a se sentir meio artista, meio fã agnóstico da banda e um tanto quanto despudorado à frente da mesma. Veio e ainda atacou de música nova. Não lembro os nomes agora, haha, mas houve!
Teve ainda a banquinha da Rubik’s Camisetas com mega promos que estarão em vigor nos próximos eventos além de banca de discos, que eu chamo carinhosamente de “Bigorna Store” e também O circo pegando fogo.
Tinha também mais coisa, não cabe a mim revelar. Desculpe. Se você não estava presente e quer descobrir, relaxa! Está convidado pro “Gobstopper Recebe”, dia 10 com as bandas Gobstopper, Haiwanna e James Banda. Tá? Se não ta, esteja!
Texto e fotos por Marcel Papel (baixista da banda Gobstopper)