terça-feira, 29 de setembro de 2009

Vaca Azul no Ensaio - Chocorrock pra adoçar os ouvidos


Conhecemos Gobstopper há pouco tempo. Se bem que é há pouco tempo que a banda toca por aê também: desde 2007. O vocalista Elizeu aka Nico conheceu Leco, o baterista e tiveram uma banda juntos quando estavam no terceiro ano do colégio. Mas só um tempão depois apareceu Marcel pra tocar baixo.

Começaram tocando covers de coisas como Los Hermanos e Radiohead (influências feelings) e já fazendo músicas próprias. De lá pra cá foram mudanças como corte de cabelo, alcoolismo – brincadeira – e muita evolução musical. Coisa perceptível a olho nu: Gobstopper é uma banda muito boa.

Eles riem do povo que os chama de Globstoppers, Globettroters, Gobstopperezes, Globorepórters. O importante é que o nome do grupo traduz bem a candice [do inglês candy] das músicas e do temperamento dos jovens garotos moços. Pra quem não lembra, Gobstopper vem da bala-invenção do Wiily Wonka, do clááássico Fantástica Fábrica de Chocolate.

Acompanhamos o ensaio deles na segunda (21) na casa do Leco. O Helton espremido num canto ao lado da bateria e eu sob a mira de um ventilador no ombro direito. O clássico quartinho de ensaio que a gente ama. E foi muito bom quando a música deles tomou o ambiente todo.

Leco é um baterista criativo e com pegada massa. Marcel expressa o jeitão empolgado no baixo como só ele, inclusive com uns passinhos que eu não compreendo muito. Faça em casa: jogar o tronco pra frente levantando um pé pra trás. Nico faz as poesias de saudade, de raiva, de amorzinho e os vocais certos pra elas.

O trio tem myspace (www.myspace.com/gobstopper) , um EP(Novas idéias Repetidas) lançado em junho deste ano, uma pá de música boa e fãs (!). Destaque para música “Esse Carnaval”. Tem letra, melodia e cadência lindas. “Mais Dois Minutos”, “Como Vai Você” e “Sensação de Perda” são algumas das prontas e gravadas. Mas vem mais coisa por aí, soprou-me o Nico.

Escute a gravação do ensaio da Gobstopper incluindo “Ir Embora Daqui", umas das músicas novas da banda e que nem foram para o estúdio ainda.

- Ir Embora Daqui

- Esse Carnaval

- Como vai você?

Gobstopper - Ensaio Ao Vivo

Pra baixar todas as músicas do ensaio é só clicar AQUI

Manuela Barem
Vaca Azul Corporation Association

O myspace da Gobstopper é http://www.myspace.com/bandagobstopper

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A ESTRADA: DIMITRI PELLZ no VACA AMARELA


Uma saga de 3.000 alqueires desbastados com um facão sem fio. Tinha tudo pra dar errado e começo a escrever esse relato de uma posição temporal digna de cautela: à 200 km de Goiânia dentro de um carro substituto – já que o primeiro, mesmo saído da revisão, cuspia água pra todos os lados e nos deu uma canseira de 3 horas até conseguirmos outro. Na insistência de ainda participar do Vaca Amarela -; com nosso poderoso guitarrista substituto – já que por conta de mil pontos ainda em discussão os sonhos infantis de Dimitri Pellz começam a amadurecer mesmo sem a nossa autorização e o guitarrista original da banda abdicou do posto -; com algum dinheiro substituto – já que deveras essas viagens tem nos consumido o orçamento e o banco é nosso salvador e algoz ao mesmo tempo -; sem dormir há mais de 24 horas sendo 10 delas passadas dentro do carro e, ainda sob qualquer olhar mais ingênuo isso seria um forte prenúncio de coisa errada... O pneu furou. E lá vamos nós com nosso pneu substituto e ainda assim rindo muito. Curtindo horrores. Esperando e projetando um ótimo show.



Bem... Estava vazio. Começo de uma noite que iria ser cheia. Mas os cotovelos, por mais que poucos se aglomeraram. Os olhos se juntaram mais perto do palco. E por um momento fomos reis. Reis no nosso trono descalço. E é nessas horas que lembro do quanto é bom pertencer a esse grupo. O mal intitulado e famigerado independente. Já que dependemos de tantos fatores pra continuar.



Dignidade é bater pedras pra produzir fogo. Enquanto outros perderam a habilidade das mãos usando isqueiros oportunistas e viciantes. Desconfio também das mãos, das pedras... Qualquer ação quando se torna involuntária, qualquer estrutura quando vislumbra um padrão tem de ser vítima da desconfiança. Um respiro impertinente de algo que pode sim ser extremamente miserável: nosso instinto de sobrevivência. A cama, a comida e um copo de água podem muito bem se tornar um castelo, um banquete e cristais que carregam vodka, sem que a gente se dê conta disso. Mas estamos aí na luta erguida e deitada de nossos dias.


A vaca, que lá estava amarela (aqui costuma ser azul), está de parabéns. Depois do nosso show o público que era reduzido triplicou... Quadruplicou. E como os cotovelos também quadruplicaram quase não deu pra ver muitos shows depois do nosso. Muito bom. Muito bom ver casa cheia. Ouvir gritos rasgados para as bandas locais. Vai Johnny Suxxx and The Fucking Boys! Vai MQN! Uma pá de bandas que não conhecia. Perdoai minha ignorância.



Foi só então que os músculos relaxaram e até as convicções políticas se afrouxaram pra deixar de falar em formas de conseguir sobreviver em selva de cães e poder deitar com lobos. Poder rir mais... E melhor. Pois o riso é pai de todos os santos e comete todos os pecados. Até o de rir de si mesmo. E assim foi o resto da noite... Até amanhecer, arrumar malas e partir. Rápido como um foguete e se tem o nome Dimitri gravado pode ser que seja russo.



Murphy nos testou, mas acima de todas as probabilidades também se faz música com matemática. Todos os sonhos sobre reconhecimento e retorno financeiro se dissipam na única verdade da viagem. Aquela que nos é lembrada sempre que pegamos à estrada. Como ouroboros a viagem se encerra nela mesma. Sem fotogramas que congelem ou palavras que definam o que possivelmente nem a gente entende direito: A ESTRADA PASSA POR NÓS. Valeu Goiânia. Valeu Vaca Amarela. Espera que Dimitri volta: Forte como um bravo, selvagem como um lobo, resistente como um tronco e risonho como um panda.

Maíra Espíndola
Vocalista do Dimitrão

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Festival Casarão


(Dimitri Pellz por Cátia Burton)

Começa como todos os temporais, uma leve brisa gelada, um quase silêncio e a impressão de que realmente vem aí alguma coisa grande.


Foram três dias quentes, loucos e completo sentimento de dever cumprido para o Dimitri Pellz.


De início um processo quase complicado para se obter as passagens aéreas, e que cujo todo o pessoal do Dimitri Pellz tem uma divida de agradecimento enorme por ter sido contratado para show pela Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul. O show trouxe um suporte financeiro a mais e será realizado em 25 de setmbro em Paranaíba. Mais uma cidade a ser descontruida pelo pelas música sujas e vermelhas.


Saída de Campo Grande ao sábado, 05 de semtembro, com um atraso de três horas, devido a complicações do vôo em Curitiba. Nada que abalasse os ânimos. O detalhe era a participaçao do Thiago, guitarrista do Astronauta Elvis, em substituição para esta viagem e para a próxima do festival Vaca Amarela, em Goiânia.


Chegada em Porto Velho mais ou menos às 17:00. A cidade recebeu Dimitri com o calor de sua hospitalidade e de seus 37 graus anunciados. A sensação de calor era desconsertante, mas pelo menos entende-se como é que qualquer marca de cerveja daquela cidade tinha ótimo sabor .


Fomos avisados que devido a problemas na noite anterior, algumas das bandas foram transferidas para a nossa data e que teríamos alguma alteração no cronograma. Tanto melhor para nós, assim poderímos ver algumas das boas bandas que tinham sido escaladas para o dia anterior.


Festa open bar.


Começa o festival com a banda Cerva Grátis (PB) em que já na terceira musica problemas técnicos. O louco bateirista conseguiu rasgar o bumbo. Banda bastante boa com destaque exatamente para o bateirista que que não mede consequências.


Chega o fantástíco O Melda - Claudão Pilha Monobanda (MG). Genial a simplicidade das músicas em que as letras chicletudas são acompanhadas de bateria eletrônica, rifis de uma guitarra em distorção e um capacete chocalho.


Outra banda de destaque para o dia é Johnny Rock Star (PA). A música Alcalina se espreme dentro de você e finca raizes. Banda competentíssima e carismática.


O cuiabano Linha Dura (MT) faz apresentação junto ao Macaco Bong. Sem muito a dizer, pois a apresetnação coincidiu com a passagem de som do Dimitri Pellz.


Dimitri Pellz sobe ao palco sob um calor escaldante e consegue já com Volta, em sua abertura, deixar os Porto Velhences estáticos e curiosos com o que mais vinha por alí. E o que veio foi um show completamente louco, sem regras e com todas as pontas amarradas. Gente encantada pelo carisma de Maira e pelas performances descontorladas do Dimitri em um palco apertado e infernalmente quente. Melhor assim. É assim que se sente em casa. O show consegue manter todo o público apertado na beirada do palco até o seu final insano com Lúcia Lambidinha e o publico gritando por mais. O detalhe foi a chegada do Juizado de Menores de Porto Velho, forçando uma parada nas apresentações do festival.


Com tudo devidamente resolvido, entra ao palco Mini Box Lunar (AP), banda que lembra demais um Poliphonic Spree nortista, com direito a togas e trompetes, com vocais doces e bombas de asmas entre as músicas.


Hey Hey Hey! (RO)também foi outra banda que arrancou interesse do público. Som competente e fácil de se cantar junto.


Porcas Borboletas (MG) já leva o público para um fim de dia para o festival. Banda já grande, não só pelos seus sete componentes, mas também pelo arrebentar na criatividade musical.


Encerra-se o dia do festival com Mop Top fazendo um show formatado e sem se comunicar sequer uma vez com o público que se espreme e sobe ao palco para tentar cantar junto as músicas.


O domingo traz um festival mais voltado para o metal, hardcore e pancadarias, cuja capacidade de julgar deve ser mais acertada pra o resto da banda que tem mais bagagem na área.


Destaca-se a banda Gothika (Bolívia), com seu New Metal e carisma que ultrapassa a barreira da lingua. Gente muito simpática que arriscou três dias de viagem e não decepcionou ninguém.


Outra banda a ser citada são os Coveiros (RO). Banda clássica de Porto Velho que arrancou os dizeres de um conhecido "eu não gosto deste estilo, mas esses caras são definitivamente os melohres daqui".


Encerra a noite com Ratos de Porão, entre roda gigante de dança/bancadaria e gente completamente realizada. Ratos cumpriu completamente seu papel, só deixou Porto Velho querendo mais.


Volta para casa no feriadão do dia 07 de setembro. Como balanço final do Dimitri para a viagem, podemos dizer que vários amigos foram conquistados, foram executados contatos e propagandas e o sentimento de que devemos sim voltar algum dia. Festival bom, show ótimo e ninguem grávido de boto, assim espera-se, vamos aguardar nove meses. Porto Velho, a cidade Sol, tem seu espaço garantido dentro da saudade do Dimitri.


Heitor Teixeira

 


 
VacaCorps