terça-feira, 17 de maio de 2011

Jennifer Magnética em Aral Moreira

Foto: Digulgação

Há um mês, a Jennifer Magnética recebeu um convite pouco comum, tocar nos 35 anos de aniversário de uma pequena cidade do interior do nosso Estado. O lugar em questão trata-se de Aral Moreira, uma pequena cidade situada exatamente na divisa com o Paraguai.

Bem, lá fomos nós. Sabíamos que não seria um show comum porque tocaríamos para um publico realmente variado, (tratava-se de jovens, velhos, crianças, famílias inteiras, ou seja, toda população da cidade) e não é comum shows de rock em cidades pequenas, pelo menos não aqui em MS, principalmente em praça pública (não era exatamente uma praça). Adicione-se a isso o fato de sermos uma banda que tem como base o repertório de músicas próprias, músicas essas que quase ninguém conhecia, acredito que pela pouca divulgação que o Rock atual tem hoje em dia nas mídias populares, como rádio.

Saímos cedo, com aquela sensação de “vamos ocupar espaço”, sentir a reação de públicos diferentes. Demos uma passadinha de praxe em Ponta Porã para dar uma olhada nas secções de instrumentos musicais e equipamentos de som e rumamos para Aral Moreira. Foi uma agradável surpresa notar que a paisagem da região é realmente bem bonita e a cidade também. Trata-se de uma cidade agradável e bem cuidada, onde todas as pessoas se conhecem. Depois de sermos bem recebidos, fomos para o hotel, passamos o som (palco e estrutura grandes), jantamos pra valer (arroz, feijão, salada, bife de porco e ovo frito, ou seja, bem típico!) e fomos para a festa.

A festa foi montada em um pátio ao lado do ginásio de esportes da cidade, um palco grande em frente a uma área do pátio livre e mais ao fundo uma tenda. Na lateral oposta ao ginásio de esportes havia várias barracas de comes e bebes organizada pelas instituições religiosas do local. Vimos na programação que nos dias anteriores haviam se apresentado duplas sertanejas (mais precisamente, o chamado “sertanejo universitário”) e bandas de baile. Confesso que éramos a “coisa” mais inusitada que poderia acontecer em uma festa de aniversário de cidade do interior. No entanto, estava tudo bem, as pessoas nos recebiam com muita simpatia e camaradagem e foi fácil se sentir bem vindo naquela festa.

Antes de tocarmos, houve um show de calouros e uma apresentação de uma banda de baile. Deu-nos certa apreensão percebendo que as pessoas não sabiam o que esperar de nós sabendo e que nosso repertório não é exatamente popular (confesso, demos uma mexidinha no repertório, ressuscitando algumas músicas da nossa época de barzinho). Qual nada! As pessoas curtiram o show e em poucos instantes já estávamos completamente à vontade. Obviamente acredito que não causamos a mesma comoção causada pela dupla que se apresentou na noite anterior (popular por lá e acho que por aqui também), mas tivemos algumas impressões interessantes e positivas.

A primeira é a de que a música considerada de público de nicho, que é o caso do rock autoral, não encontra resistência ou desprezo pelo público não tão específico. As pessoas se interessam sim, e trabalhando divulgação e circulação, pode ser criado um mercado imenso além das cidades médias e grandes. Por isso, ocupar espaços nos bairros afastados do centro e nas cidades do interior é uma ideia que pode dar resultados surpreendentes.

A segunda impressão é: Como as crianças se divertem em nossos shows! Pulam, dançam, cantam sem saber as letras, olham com atenção, ficam curiosas, se emocionam, enfim, “they have a really good time”! Isso aconteceu em Aral Moreira e também em outros locais, como em escolas onde já nos apresentamos. Sei lá, a criançada é aberta a novidades e, se os adultos são mais resistentes, deve ser porque alguma coisa está errada em algum ponto, provavelmente na educação, fica aí a questão para ser refletida.

Voltamos bem, tranquilos e inteiros, portanto, aqui estamos prontos para novas experiências como esta de Aral Moreira.


Diário de Bordo por Jean Stringheta, Jennifer Magnética

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