terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Entrevistinha com Porcas Borboletas




Foto: Flávio Melgarejo

A atração principal da Bigornada de Janeiro, Porcas Borboletas, já existe há algum tempo, apesar de ganhar atenção do público com mais ênfase em 2009. A banda é de Uberlândia (MG), se chamava Pau de Bosta e teve o primeiro CD lançado em 2004, com o título de “Um Carinho Com os Dentes”.

Desses tempos remotos pra cá foram várias mudanças. Atualmente Porcas Borboletas se diz e parece satisfeita com o que tem hoje: atenção do público e da mídia e espaço para tocar. Os integrantes da banda dizem que tudo é fruto de muito trampo, lógico. E opinam que o artista não deve se deter apenas à criação, mas “botar a mão na massa” mesmo, procurar um lugar ao sol através do trabalho.

Coisa que para eles deu certo. Integrante do coletivo Goma, sediado em Uberlândia, Porcas Borboletas teve seu segundo CD, “A Passeio” lançado pelo projeto Compacto.rec, do Circuito do Fora do Eixo, do qual o Goma (e o Coletivo Bigorna também) faz parte. O Compacto.rec realiza o lançamento de um álbum de uma banda integrante do Circuito a cada mês, com download totalmente gratuito e foco de todo os coletivos do Circuito voltados para essa divulgação.

“A Passeio” foi o lançamento de estréia do projeto. E deu certo. Foram mais de três mil downloads do álbum e dezenas de shows pelo Brasilzão afora. Uma turnê pelo Nordeste acompanhada das bandas colegas Burro Morto (PB) e Macaco Bong (MT) está entre as principais realizações do grupo, taxada quase em coro como “coisa incrível, inexplicável” pelos integrantes da banda.

A seguir, duas perguntas extraídas duma conversa sobre o assunto com Enzo Banzo, vocalista e violonista da banda Porcas Borboletas. A banda foi atração especial da Bigornada de Janeiro, realizada pelo coletivo Bigorna Produções no BarFly, em Campo Grande, no dia 22, vulgo sábado passado.

“Estar a passeio é não estar em um único lugar”

Bigorna: Como foi a caminhada do Porcas Borboletas até aqui? O que até hoje contou (de verdade) pra conseguir esse patamar de banda que produz som autoral, de forma independente e consegue chegar até o público com sucesso?

Enzo Banzo: Acho que tem duas coisas fundamentais. A primeira é o trabalho artístico da banda. Somos extremamente exigentes com o que fazemos e procuramos trabalhar sempre valorizando a criatividade e inventidade com algo a dizer. Isso que fez a banda surgir e continuar, aliado à profunda amizade que existe entre a gente. A segunda é o fato de a gente não ficar acomodado esperando as coisas acontecerem, e focar todo o processo da cadeia produtiva, não só o artístico. Nesse contexto o trabalho em conjunto com o Circuito Fora do Eixo tem sido fundamental e altamente frutífero.

Bigorna: Como foi elaborar o conceito do "A Passeio"? Vocês já tinham tudo pensado, foi nascendo com o processo de composição? (isso no sentido de que é um album onde cada musica tem uma personalidade, parece desfragmentado, mas muito harmônico ao mesmo tempo)

Enzo Banzo: Totalmente em processo. Fizemos várias músicas desde o lançamento do primeiro cd em 2005. Na hora de montar fomos juntando as coisas, selecionando, e criando mais. Descartamos várias composições até chegar em algo em que víamos um conjunto, mesmo com essa característica de diversidade que a gente sempre teve. O nome mesmo surgiu no final do processo, e tem tudo a ver com esse movimento diverso. Estar a passeio é não estar em um único lugar.

Por Manuela Barem
Bigorna Produções

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