sobre integração e Noites Fora do Eixo
Quando se vive em Mato Grosso do Sul, falar em integração com países da América Latina vira um tema recorrente e também uma cilada: se o Brasil não é só samba ou funk, a Argentina não é só tango e na Bolívia não tem só música andina. E ainda que essa não fosse a premissa das Noites Fora do Eixo – que rolaram, em Campo Grande, nos dias 30 e 31 de outubro -, foi um pouco disso que passou pelo palco do Bar Fly.
Mais ainda que integração sulamericana, integração com outros estados do Brasil e com outras sonoridades. Na primeira noite, o trio instrumental argentino Falsos Conejos hipnotizou o público e ainda arrancou rasgados elogios de músicos que integravam o crew, pela criatividade e presença de palco quentíssima. Fora dos palcos, nada menos que isso. Esses três cabras de Buenos Aires deixaram Campo Grande, rumo a Cuiabá, com dezenas de convites para retornar: divertidos, engraçados, gente de primeira linha, desses que se vira amigo depois do segundo trago.
Antes deles, o Facas Voadoras abriu a noite anunciando o veneno que passaria pelo bar. Desceram correndo do palco e seguiram para Cuiabá, onde representaram – e muito bem – a Bigorna e Campo Grande no Festival Calango. Lá, dividiram o palco com os Conejos e com os outros convidados da noite: Black Drawing Chalks, de Goiânia.
Foi também dessa parte quente e seca do Centro-Oeste que veio um dos shows que Campo Grande vai lembrar. Destaque no circuito de festivais – e fora dele também, diga-se -, o BDC faz um show que dá vontade de se rasgar ao meio. É intenso, visceral e uma ode ao que o rock`n`roll tradicionalmente sempre fez de melhor: farra.
A primeira noite ainda teve show do Asteróides, banda nova, que começa a tomar corpo e força, com um som baseado no stoner, a doçura do Gobstopper, com suas melodias queridas e o vocal do Elizeu, cada vez mais um presente a quem gosta de lo-fi. Dimitri Pellz fechou a noite em sua sempre etílica performance de cabaré.
No sábado, quando metade da primeira das Noites Fora do Eixo já se acomodava em Cuiabá, subiram ao palco do Bar Fly os argentinos do Norma e os potiguares do Calistoga. Muito mais que uma viagem de milhares de quilômetros até Campo Grande, são duas viagens completamente diferentes sobre o palco.
O Norma abriu a noite e deixou uma fila do gargarejo se desavergonhando a ensaiar passinhos de dança. Tem Clash, tem Elvis, tem melodia, tem pegada. Foi bom pra caralio, de se descabelar. Também argentinos, eles tocaram no dia anterior em Cuiabá e querem voltar a tocar no Brasil. E devem voltar, mesmo, pois mandam um som super competente.
De um role completamente diferente, o Calistoga, de Natal (RN), subiu ao palco na terra do gado pra chamar a atenção sobre liberação animal, sobre veganismo, vegetarianismo político e pra estourar os ouvidos e preconceitos, num hardcore ou pós-hardcore, como eles dizem, muitíssimo pauduro.
A noite ainda recebeu Louva Dub e o Jennifer Magnética, os da casa, que nunca decepcionam. Um noite, um fim de semana, uma idéia que reuniu gente de tantos lugares diferentes, em noites de sons de todo o tipo, para uma mesma farra. Integração? Acho que fim. Diversão? Também.
Fernanda Brigatti
* créditos das fotos: Conrado Roel e Vaca Azul Corporation Association
Mais ainda que integração sulamericana, integração com outros estados do Brasil e com outras sonoridades. Na primeira noite, o trio instrumental argentino Falsos Conejos hipnotizou o público e ainda arrancou rasgados elogios de músicos que integravam o crew, pela criatividade e presença de palco quentíssima. Fora dos palcos, nada menos que isso. Esses três cabras de Buenos Aires deixaram Campo Grande, rumo a Cuiabá, com dezenas de convites para retornar: divertidos, engraçados, gente de primeira linha, desses que se vira amigo depois do segundo trago.
Antes deles, o Facas Voadoras abriu a noite anunciando o veneno que passaria pelo bar. Desceram correndo do palco e seguiram para Cuiabá, onde representaram – e muito bem – a Bigorna e Campo Grande no Festival Calango. Lá, dividiram o palco com os Conejos e com os outros convidados da noite: Black Drawing Chalks, de Goiânia.
Foi também dessa parte quente e seca do Centro-Oeste que veio um dos shows que Campo Grande vai lembrar. Destaque no circuito de festivais – e fora dele também, diga-se -, o BDC faz um show que dá vontade de se rasgar ao meio. É intenso, visceral e uma ode ao que o rock`n`roll tradicionalmente sempre fez de melhor: farra.
A primeira noite ainda teve show do Asteróides, banda nova, que começa a tomar corpo e força, com um som baseado no stoner, a doçura do Gobstopper, com suas melodias queridas e o vocal do Elizeu, cada vez mais um presente a quem gosta de lo-fi. Dimitri Pellz fechou a noite em sua sempre etílica performance de cabaré.
No sábado, quando metade da primeira das Noites Fora do Eixo já se acomodava em Cuiabá, subiram ao palco do Bar Fly os argentinos do Norma e os potiguares do Calistoga. Muito mais que uma viagem de milhares de quilômetros até Campo Grande, são duas viagens completamente diferentes sobre o palco.
O Norma abriu a noite e deixou uma fila do gargarejo se desavergonhando a ensaiar passinhos de dança. Tem Clash, tem Elvis, tem melodia, tem pegada. Foi bom pra caralio, de se descabelar. Também argentinos, eles tocaram no dia anterior em Cuiabá e querem voltar a tocar no Brasil. E devem voltar, mesmo, pois mandam um som super competente.
De um role completamente diferente, o Calistoga, de Natal (RN), subiu ao palco na terra do gado pra chamar a atenção sobre liberação animal, sobre veganismo, vegetarianismo político e pra estourar os ouvidos e preconceitos, num hardcore ou pós-hardcore, como eles dizem, muitíssimo pauduro.
A noite ainda recebeu Louva Dub e o Jennifer Magnética, os da casa, que nunca decepcionam. Um noite, um fim de semana, uma idéia que reuniu gente de tantos lugares diferentes, em noites de sons de todo o tipo, para uma mesma farra. Integração? Acho que fim. Diversão? Também.
Fernanda Brigatti
* créditos das fotos: Conrado Roel e Vaca Azul Corporation Association
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