terça-feira, 20 de outubro de 2009

Como foi a Bigornada de Outubro




"Foi bonita a festa, pá! Fiquei contente..."

Truculência. Sempre achei uma palavra supimpa, sonora e sempre quis usá-la em um texto meu. Pena que ainda não foi dessa vez.

Não foi porque vim pra falar da Bigornada de Outubro, que de truculenta passou longe e despercebida. Tem um tempo já eu venho notando que a melhor coisa depois de sorvete de tamarindo com cobertura de marron glacê teem sido mesmo as Bigornadas. A última, do dia 10/out do corrente, deixa isso bem explícito.

Sintam o drama de como foi a noite.

Se Campo Grande tem uma nata de roqueiros resgatadores do bom-e-velho rockabilly, essa nata chama-se The New Old Cats. Se são new, se são old ou se são cats, não cabe a mim julgar, hehe... mas com certeza são os "The" da fornada. Com tanta gente boa e com experiência de palco que nem essa banda, não ficou difícil abrir a noite no melhor estilo "up" de se fazer a coisa. Resgataram os 40'/50'/60's years do rock n roll como a muito nossas Bigornadas precisavam. Né?

Parkers. A banda que, segundo eles, mistura Ramones com tudo - pô, com suco de laranja e vodca deve ficar foda! - rasgou seu punk ramoníaco logo após o rockabilly do TNOC. Que sequência, hein!? Corações, pernas e cabeças se misturaram ao som do trio que mandou ver no que sabe fazer de melhor: soltar os acordes e os versos em nome da diversão e do punk rock. Seus hits bubblegum são cada vez mais atuais e dançantes.



Aí veio a grande (e põe grande, pois são 6 caras) referência da noite: Canastra. Banda carioca embrionada em 2003 e já com dois trabalhos gravados em cd. Vindos quase que de uma festa brazuco-hawaiana, com seu visual estilizado e semi-uniformizado, subiram ao palco pra simplesmente fazer todo o Bar Fly parar e se render aos hits enganjadíssimos que eles desferem como que só eles! Uma coisa que parte de um rockabilly aqui, uma surf music ali, um swingado acolá... Trouxeram à tona os mais ocutos desejos de dançar frenéticamente de muita gente ali presente.

Rolou, antes, um papo-entrevista com a geral do Vaca Azul, abordando a cena independente, os projetos da banda, os vícios de cada um...



Em seguida, e pra fechar a explosiva noite e começar a ressaqueante manhã, Facas Voadoras fizeram o palco e o bar todo parecerem pequenos para seu rock n roll direto e de letras despretenciosas e viciantes. Mandaram ver mesmo, tornando em acordes e gritos até a última gota de cerveja de suas víceras. Quando o Léo grita "cuidado!", ele fala sério. Essas facas viciam - e cortam. E até podem não ser voadoras, mas fazem muita gente voar na pista. Eu vi! A propósito, Léo, tá melhor?

Quem figurou por lá, e tem virado piolho das noites, é a Banquinha da Bigorna, ou como gosto de chamar, Bigorna Store. Tá cheia de novidades, com material do pais todo e camisetas de bandas locais. Em breve - mas em breve mesmo - vai ter umas surpresas legais nela. Vale o aguardo.

A novidade da noite ficou por conta do Rick Thibau. Mágico premiado nesse Brasil a fora, ficou lá, endoidecendo quem já não era reto das faculdades mentais. Eu mesmo fiquei meio cabrera com um truque que ele fez com umas Damas e uns Oitos... Muita gente parou para ver, ouvir e dar passagem à boa arte da ilusão. Ops, mágica!

No fim, fiquei ali. Vi quase todo mundo ir embora, menos que eu tava esperando, hehe. O dia amanheceu, o ônibus apareceu e ficou mais uma noite de Bigornada na lembrança. Que venha novembro!

Por Marcel Papel

*Além de genial escritor, Marcel é baixista da Banda Gobstopper

2 Comentários:

Blogger Manuela Barem disse...

Adoray muito esse texto! que nosso Marcel nunca falte com seu olhar específico nas Bigornadas.

20 de outubro de 2009 às 16:51  
Blogger Letz Spindola disse...

marcel pra presidente!

como eu queria estar aqui nessa bigornada. :(

20 de outubro de 2009 às 17:17  

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